Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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ABORDAGEM SOBRE A NECESSIDADE EM SE TER A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NA ATUAÇÃO DO PARTO HUMANIZADO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Jéssica Naiara Silva Vieira, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Ana Flávia Ribeiro Nascimento, Gabriela Amorim Barreto

Última alteração: 2017-11-18

Resumo


Apresentação: O parto se torna uma experiência única quando há o cuidado humanizado e a assistência adequada que respeite as singularidades de cada mulher gestante. De acordo com a Organização Mundial da saúde (OMS), o parto humanizado consiste em um conjugado de procedimentos e condutas que tem como objetivo à promoção do parto e também do nascimento com saúde. A prevenção da morbimortalidade perinatal é outro ponto que visa a organização. As intervenções devem ser cuidadosas quanto a dinâmica ao respeito do processo fisiológico de cada parturiente e o nascimento do seu bebê. Os excessos devem ser evitados e os recursos de tecnologias devem estar disponíveis, porém, só deverão ser utilizados quando muito necessários. O pai não deve ser considerado acompanhante. Este faz parte do parto e por lei é assegurado sua permanência junto a gestante. Toda assistência dada a esse público contribui de forma a proporcionar bem-estar físico, psicológico e biológico durante o processo de parir, transformando esse momento em algo ímpar na dignidade e respeito às parturientes. Partindo do princípio de humanização dos profissionais de saúde, estes são apontados como importantes mediadores no trabalho de tornar tal proposta uma realidade, dando autonomia à mulher para que ela decida sobre o seu parto, que tenham um acompanhante de sua escolha e que sejam informadas sobre todos os procedimentos a que serão submetidas. Tendo assim, o seu direito de cidadania respeitado. O objetivo deste estudo foi o deobservar a atuação da equipe multiprofissional no setor de obstetrícia em um hospital municipal do Oeste do Pará, através da vivência em estágio observacional e identificar presença das características do parto humanizado no atendimento das gestantes e puérperas. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, vivenciado através de estágio observacional no setor de obstetrícia, realizado no mês de Janeiro de 2017 em um hospital no baixo Amazonas. Durante o estágio observou-se que no nascimento estão presentes no setor de obstetrícia o médico, enfermeiro e técnico em enfermagem, gestantes/puérperas não recebem serviços de outros profissionais que poderiam estar beneficiando seu parto e pós-parto. Durante o atendimento faz-se uso de medicamentos para dor, contração e episiotomia. Também foi observado a inquietação e sentimento de abandono por parte das grávidas por não receberem maio atenção e não sanarem muitas dúvidas com relação a seu quadro de saúde ou de seus bebês. Resultados e/ou impactos: Durante o estágio houve o acompanhamento dessas mulheres que entravam no serviço de obstetrícia no hospital. Nessa vivência, as acadêmicas observaram que muitas situações  as gestantes/puérperas reclamavam do atendimento dos profissionais e da maneira como eram tratadas na processo de parto e pós-parto. Quando se falava de outros profissionais da saúde como, por exemplo, o fisioterapeuta muitas não sabiam qual a atuação desse profissional e/ou que fazia parte do programa de atendimento ao parto. Para muitos profissionais que atuam em programas de gestação e nascimento é importante ter atenção e observar a maneira como tratam estas mulheres sendo necessário se preocupar com os sentimentos das parturientes, pois geralmente as mulheres nesse momento de gestação, parto e pós-parto, ficam à mercê do profissional de saúde, submetendo-se às normas e rotinas impostas pelo hospital. A escolha pelo tipo de parto muitas vezes não é feita pela gestante. Não há informações de pós e contras da opção a escolher. De fato algumas mulheres por serem classificadas com gestação de risco, não podem escolher. Porém, segundo a Organização Mundial de Saúde, no mundo, há um índice alarmante de cesárias, o que é bastante preocupante. Segundo o que foi relatado por uma puérpera a mulher não é preparada durante o pré – natal, para ter a consciência de que a dor é algo que vai ocorrer durante o parto normal. Muitas vezes, elas são – infelizmente, induzidas por alguns profissionais da saúde a escolherem o tipo de parto mais vantajoso financeiramente ao sistema em que estão inseridos. Considerações Finais: O corpo é muito mais do que físico, biológico e fisiológico, principalmente na vivência do parto. Muitos profissionais pensam que é como uma máquina, mas existe mais. Há o corpo que tem sentimentos, que mostra por gestos, gritos, choro, silêncio, apertos, gemidos; exacerba como vivência e reage a essa ocasião, tão singular na vida de uma mulher e sua família. Apesar desse momento ser único para cada mulher, apresentar reações, comportamentos semelhantes, advindas principalmente das dores, das contrações, é considerado um período de muito medo por parte das grávidas, principalmente. Isso por que, culturalmente, o atendimento à mulher que vai ao hospital para parir não é tão humano, chega a ser tão metódico, que se aproxima a um trabalho mecanizado, na maioria das vezes. Por isso a importância do acompanhamento desde o pré natal com todos os profissionais do programa do parto humanizado, para orienta-las em todos os aspectos, tendo acompanhamentos do profissional psicólogo por ser uma mudança muito grande na vida dessas mulheres, para que no momento do parto estejam preparadas com conhecimentos acerca do que vai ocorrer. A mulher grávida não pode mais ser vista por alguns profissionais de saúde como um ser que não tem conhecimento e que tem que aceitar piadas destrutivas. Isso não pode mais ocorrer em um país que tem como meta diminuir a quantidade de cesáreas ocorridas. O que foi visto no setor de obstetrícia do hospital foram características que fogem do conceito de parto humanizado. Os profissionais precisam interagir uns com os outros com mais respeito e dignidade, diferentes experiências, personalidades, corpo, mente, diferentes mulheres que lhe exige uma postura mais humana, compreendendo o ser humano, tentando assim estabelecer com ele uma relação de empatia, de ajuda, o que pode amenizar a situação vivenciada por elas.O papel da equipe de saúde é extremamente importante, quando se tem por meta a humanização no processo de parto, parto, pós parto e puerpério.

Palavras-chave


Parto humanizado; Equipe multiprofissional; Saúde da Mulher