Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PRAIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE AÇÃO DE PREVENÇÃO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Erika Rêgo da Cruz, Geyse Aline Rodrigues Dias, Barbara Lima Santos, Elielson Paiva Sousa, Jayme Renato Maia Abreu Cordeiro, Amanda Sthefpanie Ferreira Dantas, Melissa Barbosa Martins

Última alteração: 2017-11-18

Resumo


Apresentação: É no verão, época mais quente do ano, que muitas pessoas, sobretudo jovens, costumam assumir um comportamento de risco ao aumentar o consumo de álcool e outras drogas, dormir menos, alimentar-se de forma inadequada, o que contribui para a queda da resistência imunológica. Estes fatores podem contribuir para que esses indivíduos se entreguem com mais frequência ao sexo casual desprotegido, tornando-os cada vez mais vulneráveis ao contagio de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s). Dentro desse contexto a educação em saúde busca promover a mudança de hábitos, comportamentos individuais ou coletivos, essas mudanças vinculam-se a aquisição de novos conhecimentos e adoção de atitudes que favoreçam o aumento da qualidade de vida e consequentemente de saúde do indivíduo. Tal educação deve estar pautada em uma conjuntura que propicie a manutenção e promoção da saúde de toda população, não devendo que as práticas educativas se restrinjam a transmissão de conteúdo, mas que elas conquistem o empoderamento do sujeito no gerenciamento de sua vida. Observa-se que os serviços de saúde são constituídos diante de uma perspectiva coletiva entre a comunidade e os profissionais, onde se fazem necessários um deslocamento e um enfoque preventivo e mais abrangente nos múltiplos desafios da promoção da saúde, considerando-se que os fatores que os colocam em situação de risco se originam em diferentes níveis de seu contexto de vida, incluindo-se questões familiares, sociais, culturais, políticas e econômicas. Destaca-se que algumas das IST’s podem ser assintomáticas durante anos o que pode tardar o diagnóstico e tratamento, levando um indivíduo ao óbito. Ressalta-se ainda a grande relevância em prevenção, através do uso principalmente de preservativos. Nesta conjuntura ressalta-se o papel primordial dos profissionais de saúde, que devem ser disseminadores de conhecimento, por meio de ações educativas que visem à promoção e prevenção da saúde e o empoderamento do indivíduo no processo saúde-doença, gerando um processo dialógico, incentivador, dinâmico e reflexivo. Nesse sentido, o objetivo deste é compartilhar a experiência de ação educativa, para incentivar o desenvolvimento de tecnologias educativas em saúde voltadas à prevenção de IST´s para a população em ambiente de praia. Desenvolvimento do trabalho: A ação educativa foi vivenciada pelos acadêmicos do 3º semestre do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA), com orientação e supervisão de docente responsável pelas atividades de educação em saúde desenvolvidas na atividade curricular Processos Educativos em Enfermagem I. A ação foi realizada no dia 13/07/2017, em uma praia da região metropolitana do município de Belém, Pará, Brasil, tendo como público alvo a população presente na praia. A ação foi realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, que disponibilizou materiais educativos, a saber: folders e cartazes sobre IST’s, além de preservativos masculinos e femininos; realizou-se também parceria com o corpo de bombeiros que disponibilizou barraca, mesas e cadeiras. Os discentes foram divididos em grupos, para maior e melhor abrangência e busca ativa das pessoas na praia, foram abordados públicos variados, dentre eles:  adolescentes, adultos e idosos para distribuição dos folders, preservativos, orientações, demonstrações de uso dos preservativos, esclarecimentos e explicações referentes às IST’s, além de prestar esclarecimentos as dúvidas e/ou curiosidades da população sobre algumas outras temáticas. No momento da abordagem ao público, este podia escolher sobre qual(is) tema(s), dentre os ofertados, gostaria(m) de receber as explicações e orientações por parte dos discentes, tais diálogos foram direcionados, principalmente as formas de transmissão e prevenção das doenças; na barraca dos bombeiros ficaram alguns discentes para aferição de pressão arterial, distribuição e orientação de uso de preservativos masculinos e femininos, além de distribuição de folders educativos. Resultados e/ou impactos: A ação educativa obteve excelentes resultados, que satisfizeram os objetivos propostos pela ação, pois o público-alvo foi receptivo e participativo, em sua maioria, esclareceram dúvidas e receberam de bom grado os preservativos e folders distribuídos. Em relação às IST’s, percebeu-se que a temática foi mais atrativa para os públicos jovem, adultos e idosos, que embora tenham apresentado comportamentos bem diferentes se mostraram interessados e com dúvidas, sobretudo, na colocação, uso e vantagens do preservativo feminino. O público idoso recebeu os preservativos alegando entregar aos netos ou amigos, outros diziam não ser necessário para eles, mostrando uma postura mais defensiva e tímida para dúvidas e perguntas. Entre os jovens e adultos os que mais se envolveram foram as mulheres, foram participativas e demonstraram grande interesse em aprender a usar o preservativo feminino, nunca visto antes por muitas delas, além de fazerem diversas perguntas; os homens mostraram-se mais retraídos, principalmente quando acompanhados por mulheres, muitos apenas receberam e agradeceram os materiais oferecidos, alguns perguntaram sobre o uso correto do preservativo masculino e tiraram  dúvidas e curiosidades sobre o preservativo feminino. Foi perceptível também a importância de se realizar ações dessa natureza, que possibilitam valiosas experiências e aprendizados aos discentes, além da troca de informações, diálogo entre o público em geral e profissionais de saúde, efetivando a proposta de educação em saúde, proporcionando momentos de esclarecimentos importantes que certamente podem impactar na qualidade de vida das pessoas. Considerações Finais: Os profissionais de saúde têm o dever de criar condições que possibilitem a educação em saúde, para promover a interação, investigação e intervenção na realidade da população, com o intuito de transformá-la ou mesmo adequá-la a condições que propiciem a sua saúde. Ressalta-se que as ações educativas podem tornar-se uma ferramenta para os profissionais de saúde, sobretudo na construção do conhecimento desta população, incentivando-a para o autocuidado. Desta forma o profissional enfermeiro, tem significativa importância na prevenção e promoção da saúde, pois ações como estas proporcionam elos mais fortes entre ambos, um cuidado mais amplo, holístico, que vão além dos ambientes das instituições de saúde, e que também proporcionam experiências enriquecedoras para estes profissionais. Evidencia-se que as ações educativas em saúde precisam ser desenvolvidas de forma continuada, considerando a inovação de metodologias de intervenção, uma vez que a sociedade vigente está em constante processo de transformação, portanto, é necessário utilizar recursos cada vez mais dinâmicos. Constatou-se por fim, que as informações e conhecimento construído, estimularam a reflexão e o comprometimento da mudança de comportamento frente à problemática, o que reafirma que tais práticas educativas funcionam como ferramentas de empoderamento para a população.


Palavras-chave


educação; praia; infecções sexualmente transmissíveis