Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A ESCUTA SENSÍVEL EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO: A PESSOA COMO PROTAGONISTA DO CUIDADO
Luciana Silvério Alleluia Higino da Silva, Claudia Mara de Melo Tavares, Leiliana Maria Rodrigues dos Santos, Andrea Damiana da Silva Elias, Aline Porto Reis

Última alteração: 2018-05-27

Resumo


INTRODUÇÃO: As pessoas acometidas por algum transtorno/sofrimento psíquico representam 10% (OMS, 2015) da população mundial. A maioria dos diagnósticos são considerados crônicos, sendo assim essas pessoas necessitam de cuidado integral e continuado. A escuta, o interesse pela pessoa, a construção de vínculos de confiança representa excelente possibilidade de um cuidado compartilhado entre trabalhador-usuário. Tais instrumentos tecnológicos são descritos por Merhy(2002) como tecnologia leve e a apropriação dela pelo profissional confere a pessoa com transtorno psíquico um protagonismo sobre o cuidar. Sob este olhar, este estudo traz a vivência de um grupo de enfermeiras que tem pensado o cuidado em um hospital psiquiátrico universitário.  Esse movimento se deu pela troca de experiências entre as enfermeiras dialogando com as pessoas internadas. E, por fim, tem como objetivo evidenciar a potência do encontro entre enfermeiras e pessoas em sofrimento psíquico ampliando a concepção dos cuidados à luz da tecnologia leve e do relacionamento terapêutico proposto por Peplau. Esta reflexão procura transbordar as práticas que se limitam ao cuidado convencional e apontam para boas práticas que se pautam na criatividade e na sensibilidade. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo relato de experiência que ocorreu no período de outubro de 2016 a fevereiro de 2017. O cenário de estudo foi um Hospital psiquiátrico universitário e os participantes do estudo foram pessoas com diagnósticos psiquiátricos que se encontravam internadas no referido período. Se construiu a partir do diário de campo e da observação participante que eram realizados nas atividades coletivas onde o relacionamento interpessoal apontou caminhos inovadores sobre o cuidado durante sua internação. RESULTADOS: Esta abordagem tem assegurado um lugar para que a pessoa em sofrimento psíquico construa seus recursos para lidar com um momento mais agudo, refletir sobre os cuidados durante o período crônico e oferecer aos enfermeiros uma potente ferramenta de apredizado-cuidado. Consequentemente, reconhece a importância de se estabelecer  outros espaços fora do setting clássico (enfermaria).  Viabiliza um acolhimento ao sujeito e não ao sintomas. Tais cuidados garantem uma internação mais consciente e reflexiva. CONCLUSÃO: As práticas acolhedoras e sensíveis ao sofrimento psíquico são instrumentos potentes para assegurar um cuidado ampliado e subjetivo capaz de melhorar o relacionamento entre cuidador-cuidado e ainda produz práticas de empoderamento para as pessoas com transtornos psíquicos. Este estudo sugere que haja espaços contínuos de discussão acerca desses cuidados.


Palavras-chave


relacionamento terapêutico, tecnologias leves, enfermagem psiquiátrica e saúde mental.