Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
"Jogo do vetor da leishmaniose" , uma ferramenta para a aprendizagem significativa
taiana barbosa de souza, Juliana Arena Galhardo, Akilah Daher Alves Fernandes Pires

Última alteração: 2017-12-05

Resumo


Apresentação:No Brasil, a importância da leishmaniose visceral (LV)reside não somente na sua alta incidência e ampla distribuição, mas também na possibilidade de assumir formas graves e letais quando associada ao quadro de má nutrição e infecções concomitantes. A crescente urbanização da doença ocorrida nos últimos 20 anos coloca em pauta a discussão sobre as estratégias de controle empregadas e que influenciaram no processo de expansão e urbanização dos focos da doença. Em nosso país a LV é causada por protozoários tripanosomatídeos da espécie Leishmania infantum e depende de transmissão por vetores biológicos, os flebotomíneos.  Estes vetores têm hábitos crepusculares e noturno, podendo ser encontrados intra e peri domicílios e em abrigos de animais domésticos. Na área urbana, o cão (Canis lupus familiaris) é a principal fonte de infecção, sendo que, no Brasil, duas espécies de vetores estão relacionadas com a transmissão da LV, a Lutzomyia longipalpis e a Lutzomyia cruzi, a primeira amplamente distribuída no território nacional e a última comprovadamente  vetora em áreas específicas dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os métodos disponíveis para o diagnóstico e tratamento não apresentaram a eficácia e aplicabilidade desejadas, embora avanços promissores tenham sido alcançados com as pesquisas de novos testes diagnósticos e drogas terapêuticas. As medidas de controle da doença até agora implementadas foram incapazes de interromper a transmissão e impedir a ocorrência de novas epidemiase a expansão da doença para novas áreas. Dessa maneira, é válido ressaltar que entre 2010 até a Semana Epidemiológica (SE) 52 de 2016, foram confirmados 1.463 casos de LV só em Mato Grosso do Sul, e 104 óbitos, distribuídos em 21 municípios do Estado, sendo que, o maior número de casos foi registrado em Campo Grande, seguido por Três Lagoas, Corumbá e Coxim.Além disso, segundo o Projeto de Pesquisa 'Geoepidemiologia da leishmaniose visceral em Campo Grande-MS: uso de geotecnologias aplicadas ao planejamento estratégico para controle de leishmaniose visceral humana e canina no contexto do SUS' de 2007 a 2011 foram observados casos de leishmaniose visceral em pessoas de todas as regiões urbanas de Campo Grande – MS, sendo notificados 632 casos de leishmaniose visceral humana, com média de 126,4 casos/ano neste município.Diante disso,a educação em saúde para a prevenção da LV é uma iniciativa de extrema importância para áreas endêmicas, algo que é feito em Campo Grande-MS por meio do Projeto de extensão da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul “ LeishNão!".Este que é desenvolvido desde 2013 em escolas e outras instituições da região, sendo que na maioria das ações, é perceptível a falta de conhecimento da população em geral sobre a LV, os métodos de prevenção e controle da doença. Nas escolas onde o projeto já é realizado com frequência, tanto os colaboradores quanto os estudantes já têm os conhecimentos básicos e aí reside um desafio o de criar continuamente novas atividades e gerar novos conhecimentos para os parceiros perenes. Para tanto, o tabuleiro sobre a leishmaniose intitulado “Jogo do Vetor da Leishmaniose” foi desenvolvido com o intuito de trabalhar sobre esta doença de uma maneira lúdica e divertida. Diante disso, esta ferramenta pode ser utilizada durante ações que busquem trabalhar este assunto como em ambientes escolares para que a população desde cedo tenha contato com informações que lhe ajude ase prevenir de doenças como aLV,afinal, considera-se a participação social impressindível para o controle de enfermidades como a previamente citada. O jogo tem como objetivo principal a educação em saúde sobre o tema daleishmaniose, desde suas causas à sua prevenção.Por se tratar de um jogo, o aprendizado por parte do jogador/usuário foi estabelecido por meio da metodologia ativa,isto ao valorizar o conhecimento da comunidade, porporcionando meios para que ela se empodere sobre assuntos que muitas vezes acabam por ser negligenciados nas grades curriculares das escolas devido a grande demanda de conteúdo a ser trabalhado.Algo que vai de encontro com os principios do SUS – Sistema unico de saúde- pois ele valoriza a participação social em aspectos referentes a saúde como pode-se comprovar  no artigo 7°da lei 8.080/90 que versa sobre os pilares que o regem. Neste aspecto a universidade, por meio dos projetos de extensão como o LeishNão, procura intermediar o contato intra e extra muros entre a academia e a população com a finalidade de auxiliar em aspectos carentes de atenção como no caso previamente citado.  Desenvolvimento do trabalho: A presente invenção se refere a um jogo pedagógico e recreativo de tabuleiro com um  número de registro “BR10 2017 009896” da patente que já se encontra depositada. Elefoi desenvolvido por uma aluna de graduação participante à época do projeto de extensão LeishNão e contém um tabuleiro com desenho impresso em sua face superior com uma trilha ou caminho dividido por 69 casas em alto relevo, a ser percorrida pelos jogadores, contém dois grupos de seis cartas, sendo que cada grupo apresenta cores distintas entre si (vermelha e verde), um grupo de carta apresenta uma determinação de caráter punitivo (vermelha) e o outro grupo de carta apresenta uma determinação de caráter bonificador (verde), contém um dado com seis faces, numerados de um a seis, e contém 12 peças em formato piramidal de cores diferentes entre si, sendo que o jogo pode ser disputado com no mínimo dois jogadores e máximo de 12. O vencedor será o jogador que conseguir chegar primeiro ao final da trilha, ou seja, ultrapassar a última casa. O jogo do vetor da leishmaniosefoi utilizado em ações do projeto previamente citado, mostrando a eficácia de sua aplicabilidadepor meio da prática pedagógica que valoriza a educação em saúde. Resultados e/ou impactos:É nítido o impacto positivo do LeishNão sobre os conhecimentos das pessoas após as ações. Pode-se perceber através da aplicação do jogo que os participantes das ações do projeto vivenciaram a aprendizagem significativa ao se desenvolverem tanto social quando em relação a aspectos cognitivos. No mais,assuntos muitas vezes negligenciados na grade curricular das escolas foram trabalhados de uma maneira lúdica e divertida, auxiliando na formações dos participantes com intuito de que ocorra uma mudança de postura, mesmo que futura, em relação ao vetor da LV. Algo que poderia ocasionar, pelo menos, na diminuição dos casos de pessoas doentes por LV.Considerações finais: Esta ferramenta pode ser utilizada durante ações que busquem disseminar o tema leishmaniose principalmente para crianças, mas nada impede que outros públicos usufluam desta invenção. Sendo que por se tratar de um jogo, o aprendizado por parte do jogador/usuário é estabelecida de uma maneira ativa, lúdica e divertida diretamente relacionada com a participação social com a finalidade de que a comunidade tenha contato com informações que lhe ajude em relação à prevenção da LV, indo de acordo com os princípios do sistema de saúde que nos resguarda (SUS). Além disso, os participantes tiveram a oportunidade de construir conhecimentos ao desestabilizar o que sabiam previamente agregando novas informações, tendo assim a oportunidade de formar um senso crítico sobre a temática trabalhada. Isto com o intuito de que comessem a agir em prol, por exemplo, do controle do vetor da leishmaniose que foi o foco deste trabalho.


Palavras-chave


educação em saúde;Leishmaniose;jogos e brinquedos;