Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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AÇÕES INOVADORAS E INTERDISCIPLINARES DE EDUCAÇÃO E SAÚDE PARA O ÊXITO DA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE DO ESCOLAR DO IEE PROFESSOR ANNES DIAS - ANO 2017
Themis Goretti Moreira de Carvalho, Elisete Cristina Krabbe, Cláudia de Oliveira Britto Pilau, Naiara Riani Marques, Tamara Cristiane Batista, Mylena Stefany Silva dos Anjos, Nathália Arnoldi Silveira

Última alteração: 2017-12-20

Resumo


Introdução

O eixo norteador das ações inovadoras e interdisciplinares é a educação em saúde, buscando atuar com assuntos que estejam presentes no cotidiano e também no ambiente em que vivem e convivem jovens e adultos, como as escolas.

Na adolescência ocorrem diversas modificações, exigindo maior atenção dos profissionais da saúde. A sexualidade é um assunto recorrente no nosso dia-a-dia, assim como os riscos que a falta de proteção durante o ato sexual traz para o indivíduo. Normalmente é durante a adolescência que surgem as primeiras curiosidades a respeito do sexo e é nesse momento também que o jovem tem sua primeira relação sexual.

O uso do preservativo possui a função de proteger a gravidez indesejada, além de prevenir as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), como o HPV, que representa a segunda causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

A adolescência também é o período em que adquirimos conhecimentos e atitudes que podem ser levadas no decorrer da vida. A infusão de novos conhecimentos faz com que o jovem possa optar por ter uma melhor qualidade de vida. Dentro de todos os assuntos já citados, também devemos dar atenção especial às dores e desconfortos que os jovens podem sentir. Muitas vezes, essas dores estão associadas ao transporte de seu material escolar, como o excesso de peso na mochila e a forma em que ela é transportada.

Metodologia

Este relato de experiência faz parte de um projeto PIBEX, realizado no ano de 2017 no Instituto Estadual de Educação Professor Annes Dias, localizado na cidade de Cruz Alta/RS.

Participaram deste projeto diversos cursos: Fisioterapia, Medicina Veterinária, Farmácia, Biomedicina e Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Cruz Alta/UNICRUZ.

Ao total, foram cerca de mil alunos envolvidos com a pesquisa e os trabalhos desenvolvidos na escola. Inicialmente foram aplicados quatro questionários, em sala de aula, para conhecer a vulnerabilidade em que os alunos estão inseridos. Os questionários eram referentes ao conhecimento do uso do preservativo e sua importância nas relações sexuais, a gravidez não planejada na adolescência, a percepção das alunas referente ao conhecimento e a prática na realização do exame preventivo do câncer cervical, infecção pelo HPV e as dores e desconfortos corporais devido ao uso da mochila sentido pelos alunos e a forma que transportam seus materiais diariamente para a escola.

Após a análise dos dados, foram elaboradas oficinas de educação em saúde com espaços para tira-dúvidas, distribuição de folders educativos e preservativos masculinos e femininos.

 

Resultados

Referente ao uso do preservativo, a amostra total do estudo foi composta por 615 estudantes. Destes, 63% (n=387) relataram que a primeira relação sexual ocorreu antes dos 18 anos e apenas 43% (n=265) relataram que utilizaram o preservativo em sua primeira relação sexual.

Vinte e nove estudantes informaram que foram mães adolescentes ou que estavam grávidas durante a pesquisa. Destas, 55% (n=16) não planejaram sua gravidez, 76% (n=22) estavam estudando quando engravidaram e 48% (n=10) tiveram que deixar a escola após engravidar. Os métodos contraceptivos mais conhecidos pelas adolescentes foram pílula e a camisinha, respectivamente.

Sobre o HPV, participaram da pesquisa 391 mulheres. Quando questionadas sobre o exame Papanicolau: 40,5% (n=153) relataram que já ouviram falar e sabiam do que se tratava; 24,95 (n=94) já ouviram falar, porém não sabem o que é e 34,7% (n=131) nunca ouviram falar deste exame.

Sobre o vírus HPV: 84,8% (n= 313) sabem o que; 11,9% (44) relataram que já ouviram falar, mas não sabem o que é e 3,3% (n=12) nunca ouviram falar.

Na pesquisa sobre dores e desconfortos posturais participaram 386 alunos e foi constatado que 73% (n=281) usam mochila e 26% (n=100) usam fichários ou outros meios. 55% (n=155) dos alunos relataram que usam a mochila de maneira correta; 7% (n=20) relataram que sentem dificuldades em tirar ou colocar a mochila das costas referindo também que sentem dores em diversos sítios anatômicos e 19% (n=53) dizem que sua mochila deixam marcas em seus ombros.

Os resultados dos dados analisados foram entregues junto à escola para que todos pudessem verificar o conhecimento e a vulnerabilidade dos alunos. Foram distribuídos diversos folders explicativos sobre todos os temas abordados para que a comunidade escolar tivesse um melhor conhecimento sobre os assuntos. Também foram realizadas oficinas com espaços para sanar dúvidas e esclarecer os dados encontrados. Houve também o encaminhamento de alunos para testagem de IST’s, HIV/aids, Sífilis e Hepatites (em casos necessários) e a distribuição de preservativos durante as atividades, bem como a colocação de um dispenser na escola para que o aluno possa ter acesso diário à camisinha.

 

Considerações finais

Neste projeto de pesquisa e extensão realizado com adolescentes e adultos jovens, constatou-se que, embora conheçam e tenham fácil acesso aos preservativos, seu uso ainda é considerado baixo, principalmente após o jovem já ter tido várias relações sexuais, podendo acarretar em gravidez não planejada ou adquirir algum tipo de IST.

São poucos os casos em que a gravidez na adolescência é planejada. O seu acontecimento pode acarretar em alguns transtornos, como a necessidade de abandonar os estudos para cuidar do filho.

Referente ao HPV tornou-se evidente a necessidade da transmissão de informações referente ao tema, pois foi notória a existência da falta de conhecimento relacionadas a essa temática.

Quanto às dores e desconfortos, evidenciou-se a necessidade de um programa de conscientização para que os mesmos atentem para a forma correta de transportar a mochila e desta forma poder eliminar ou diminuir as dores e desconfortos.


Palavras-chave


Saúde do escolar. Prevenção. Promoção. Assistência.