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Na função de transmitir e obter informações; e de reconstruir o passado, compreender o presente e antever fatos futuros, a comunicação em saúde, quando qualificada, corrobora positivamente nos processos fisiopatológicos do corpo e da mente. O compartilhamento de informações, aqui destacado a comunicação médico-paciente, ao tempo em que clarifica o contexto da doença, possibilita ganhos na auto-responsabilização do usuário e/ou de seus responsáveis, já que a percepção da condição clínica se evidencia diante das orientações profissionais. Em oposição, o bloqueio comunicativo incapacita o efetivo entendimento do processo de adoecimento, desencadeando perdas no cuidado ofertado ao vulnerável. Nesse sentido, os prejuízos se avolumam diante da alta frequência na rotatividade dos profissionais da equipe de Atenção Básica, não sendo possível o repasse integral das informações disponíveis, o que gera danos à continuidade do cuidado. O presente trabalho objetiva analisar a relevância da comunicação médico-paciente no processo de cuidado na Unidade Básica de Saúde (UBS) de um município do estado do Rio de Janeiro. Também traz para discussão e reflexão os impactos da rotatividade dos profissionais de saúde na qualidade do cuidado, uma vez que prejudica o vínculo, a responsabilização e a longitudinalidade das ações. Para tanto, foi realizado uma pesquisa de cunho metodológico transversal, sob a análise documental e de caráter qualitativo dos prontuários médicos do serviço de neurologia, seguindocritérios de inclusão e de exclusão utilizados na pesquisa de iniciação científica intitulada “Pacientes Neurológicos na Atenção Básica: Proposta de Matriciamento e de educação continuada na Unidade de Saúde”. Para a coleta de dados do evidenciado nos prontuários selecionados, foi utilizado como ferramenta de registro a realização de uma planilha por meio do “Google Formulários”, este que também emite análises e gera gráficos, permitindo a ilustração dos eventos recorrentes, e que trazem significados particulares para a discussão a ser apresentada, o que torna valioso para a gestão dos cuidados em saúde. Completa o percurso metodológico a empiria dos autores, aproveitando da atuação dos mesmos na realização da pesquisa de iniciação científica, oportunizando contribuições decorrentes da proximidade com os profissionais de saúde que lá atuam. Os resultados apontam que pacientes com uma efetiva comunicação durante a consulta médica dispõem de benéficas propriedades sobre sua saúde, tornando facilitada ou menos penosa as modificações na equipe multiprofissional. O que se observa é o próprio paciente como agente de capacitação de sua problemática. Assim, defere-se que capacitações dos profissionais da equipe de saúde devem ser realizadas com frequência, utilizando de parcerias com instituições de ensino e tendo como sugestões temáticas transversais à importância da comunicação entre os atores envolvidos no processo de saúde-doença e cuidado, ressaltando ao mesmo tempo a simplicidade e a extrema relevância destas para os envolvidos.