Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Reflexões sobre o ensino remoto na pandemia
Socorro de Maria Rodrigues Sousa, Gabriela Oliveira Parentes da Costa, Isaura Danielli Borges de Sousa, Rogério Pinto de Sousa, Naianne Geórgia Sousa de Oliveira, Lívia Maria Nunes de Almeida, Tatyanne Silva Rodrigues, Ilka Kassandra Pereira Belfort

Última alteração: 2022-02-05

Resumo


Introdução

A educação tem enfrentado grandes desafios durante a pandemia. O isolamento fortaleceu a ideia da Educação à Distância-EaD após a necessidade do Ensino Remoto Emergencial-ERE. Os limites, as possibilidades e as contradições que o ambiente virtual de educação proporciona evidenciam a importância do preparo das instituições e dos educadores. Desde o início da pandemia da COVID-19 o Brasil vem discutindo sobre os formatos de ensino que têm sido usados predominantemente na educação.

Tais modalidades fazem parte da democratização do ensino, por facilitar que a educação chegue em muitos lugares, contudo, nem sempre é de forma justa e igualitária, uma vez que existem locais onde o acesso à internet não é uma realidade, além da falta de recursos financeiros para acesso à smartphones ou outros hardwares.

Do outro lado, a maior parcela dos professores que estavam habituados ao ensino tradicional, com apoio das aulas expositivas e uso do quadro e giz, pincel, ou projetor de slides, tiveram o desafio de preparar aulas e apresentar com o auxílio de ferramentas nunca utilizadas por eles.

Além de todos os desafios já citados, existe um outro que permeia os caminhos dos professores, gestores, discentes e responsáveis e todos os que fazem parte da educação, o “aprender a aprender”, diante do cenário vivido. Assim, tem -se como objetivo:  Realizar uma análise reflexiva acerca do ensino remoto durante a pandemia.

 

Método do estudo

Trata-se de um estudo reflexivo, construído com base na leitura crítica de artigos científicos sobre o ensino remoto durante a pandemia da COVID-19.

A levantamento dos artigos foi norteado pelas questões: Quais as tecnologias em educação utilizadas durante o ensino emergencial e quais as perspectivas dos discentes e docentes com relação ao desafio enfrentado?

A elaboração deste artigo seguiu os pressupostos exigidos na revisão de literatura, sistematizando as informações sobre questões específicas do campo estudado, no intuito de sumarizar as informações obtidas. Por se tratar de uma temática voltada para a educação, procurou-se embasamento diretamente em revistas e materiais sobre o tema. As palavras-chave utilizadas foram: “Educação à Distância”; “Covid-19”; “Tecnologia Educacional”.

Resultados

A EaD foi introduzida no Brasil ainda na década de 90, enquanto o ER ficou mais popularizado durante a pandemia da Covid-19. As duas modalidades de ensino utilizam as Tecnologias Educacionais Digitais (TED) e Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).

Desde então as TED’s   vêm   sendo   utilizadas em todas as áreas de ensino e permitindo flexibilidade e acesso mais rápido aos conteúdos, de qualquer local do Brasil ou do mundo, na hora que o aluno desejar.

O uso de tecnologia pode promover equidade na educação básica, além de contribuir com sua qualidade. Para o autor, as tecnologias aparecem no Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024 como potentes agentes transformadores da educação. Para isso, é necessário haver uma flexibilização de acesso à internet às comunidades mais carentes, principalmente durante momentos como este de calamidade, visando reduzir os efeitos da desigualdade educacional no Brasil e no mundo.

Já as TIC’s são recursos tecnológicos que contribuem para a comunicação nesse processo de ensino aprendizagem virtual. Elas são importantes na distribuição e no compartilhamento de informações por meio dos softwares, hardwares, redes ou celulares. As TIC’s são uma de padronizar as metodologias do ensino, tornando-o mais objetivo e proporcionando maior capacidade de formação.

Algumas técnicas especializadas, utilizam ambientes simulados, cujo método simula momentos que exigem a utilização de habilidades e conhecimentos dos alunos; jogos didáticos, cujo método tem por base a brincadeiras associadas ao conteúdo a ser ministrado, entre outros. Assim, o uso das TIC’s no ambiente escolar permite novas maneiras de desenvolver os conteúdos curriculares, proporcionando interação entre aluno e professor nesse processo de ensino.

Reconhecer e conhecer a capacidade que as tecnologias têm em contribuir com educação é um passo muito importante para sua expansão, ainda mais no momento atual em que o mundo vivencia uma transição, em que quase todas as disciplinas teóricas das escolas foram ministradas de forma remota em Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), ou através de um sistema institucional.

Os AVA’s permitem que professores e estudantes trabalhem e se comuniquem por mensagens e ferramentas digitais e permitem o desenvolvimento de trabalhos em colaboração, de qualquer lugar em que estejam, seja em sua residência ou em qualquer país, caso tenham acesso à internet e às tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC).

O que se tem observado é que indivíduos conectados é o perfil atual da sociedade nos mais diversos espaços. A tecnologia chegou para conectar e desenvolver as diferentes formas de pensar, de se relacionar com as pessoas, seja socialmente ou culturalmente, de desenvolver o pensamento crítico e de agir.

Por outro lado, a educação pública no Brasil que sempre foi sucateada, desvalorizada, problemas que se estendiam bem antes da pandemia, e que com os novos desafios tiveram ampliação, evidenciaram a desigualdade educacional. Atrelado a isto, os professores estão com dificuldades para mediar as aulas on-line, devido ao nível de letramento digital de muitos alunos ou às limitações tecnológicas que estes possuem.

Muitos docentes afirmam que a educação está prejudicada, que a interação entre eles e os alunos está difícil, bem como, acompanhar a todos, uma vez que precisam de mais tempo para preparar aulas das atividades remotas. Eles revelam que a sobrecarga de trabalho já era alta antes mesmo da pandemia, e com esse novo formato de aulas, as demandas extraclasse aumentaram consideravelmente, o que por vezes atrapalha a percepção da vida pessoal e profissional, devido a carga de trabalho que passou a ser feita de casa. Existe ainda uma cobrança por parte dos pais e responsáveis e, muitos deles, não conseguem dar suporte aos filhos.

Para driblar as dificuldades, os docentes precisaram se reinventar, organizar o tempo para preparo das aulas e dar suporte aos estudantes por diferentes meios de comunicação. Assim como os alunos, os professores estão sobrecarregados, o que tem gerado estresse e sobrecarga emocional, ansiedade, insônia, entre outros problemas relacionados à saúde mental. Precisam ainda, lidar o a desvalorização e a falta de reconhecimento do seu papel que tem sido tão desafiador e indispensável na pandemia.

 

Considerações finais

 

A partir das análises dos dados sobre o ensino na pandemia da COVID-19 pode-se perceber o quanto a educação está com suas estruturas fragilizadas em todos os níveis do ensino. A falta de recursos físicos e tecnológicos tem evidenciado a desigualdade, que para muitos, ainda não estava perceptível. A precarização do trabalho docente e a falta de recursos só mostram o quanto a educação brasileira precisa de investimentos para evoluir. A carga horária exaustiva dos professores foi outro fator muito debatido e que tem gerado o adoecimento mental desses profissionais e dos discentes que estão sobrecarregados com tantas demandas. Contudo, o Ensino Remoto Emergencial também tem proporcionando muitas aprendizagens e aberto a mente para novas possibilidades que podem mudar de forma positiva a educação. Indivíduos conectados fazem parte da nova era social e educacional.