Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Tendência de mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis no estado de São Paulo no período de 2012 a 2019.
Helena Nayara Santos Pereira, Sílvia Carla da Silva André Uehara

Última alteração: 2022-02-03

Resumo


Apresentação: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são doenças multifatoriais que se manifestam no decorrer da vida e são de longa duração. O aumento de pessoas portadoras de DCNT, principalmente pela maior exposição aos fatores de risco modificáveis como: tabagismo; consumo excessivo de álcool; sedentarismo e alimentação não saudável tem gerado elevado número de mortes prematuras (pessoas com idade entre 30 e 69 anos), perda de qualidade de vida, além de provocar importante impacto econômico e social. Objetivo: Analisar a tendência das mortes prematuras relacionadas às DCNT no período de 2012 a 2019 no estado de São Paulo e estimar o coeficiente de mortalidade prematura. Métodos: Estudo ecológico, observacional, utilizando dados secundários. Os dados foram coletados no DATASUS provenientes de declarações de óbito registradas no período de 2012 a 2019, de pessoas na faixa etária de 30 a 69 anos e que tiveram como causa da morte as DCNT. Foram analisadas as mortes prematuras em decorrência de doenças cardiovasculares; doenças respiratórias; neoplasias e diabetes mellitus (DM). As variáveis contextuais analisadas foram sexo; idade; causa básica da morte e escolaridade. Para estimar os casos mensais de mortes foi utilizado um modelo linear generalizado de distribuição binomial-negativa com função de ligação logarítmica e um offset igual ao log da população dividida por 100.000. Além disso, funções baseadas em seno e cosseno foram utilizadas para melhorar a estimação de picos e vales da série. Resultados: Entre os anos de 2012 e 2019 foram registradas 557.964 mortes prematuras por DCNT, sendo as doenças cardiovasculares responsáveis por 47% (262.243) desses óbitos; 40% (223.380) por neoplasias; 7% (41.027) por doenças respiratórias e 6% (33.414) por DM. O coeficiente de mortalidade prematura por DCNT apresentou sinais de aumento durante o período analisado, passando de 313,16 óbitos/ 100.000 hab. no ano de 2012 para 315,08/100.000 hab. em 2019. A análise de tendência ao longo do período analisado mostrou que houve crescimento de mortes prematuras por DCNT relacionado às neoplasias em 7 das 17 DRS do estado, 123,4 óbitos/100000 hab. em 2012 para 128,73 óbitos/100000 hab. em 2019. Em 3 DRS houve aumento da mortalidade por doenças respiratórias, com 22,55 óbitos/100000 hab. em 2012 para 22,86 óbitos/100000 hab. em 2019. As doenças cardiovasculares apresentaram aumento em apenas 1 DRS e diminuição em 6 DRS, com 148,06 óbitos/100000 hab. em 2012 e 144,29 óbitos/100000 em 2019; já a mortalidade por DM apresentou aumento em 3 DRS com 19,12obitos/ 100000 hab. em 2012 para 19,20 óbitos/100000 hab. em 2019.Conclusão: Esse estudo mostra o comportamento das mortes prematuras por DCNT, por meio de indicadores epidemiológicos e de um modelo de tendência para estabelecer um padrão de mortalidade. Esse estudo se faz relevante para enfatizar um olhar da gestão para as DCNT, direcionado para a prevenção, promoção e diagnóstico precoce dessas doenças, destacando-se o papel relevante dos serviços da atenção primária à saúde.