Associação da Rede Unida, Encontro Sudeste 2019

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: TRADICIONAL VERSUS DIGITAL
Célia Maria da Rocha Marandola, Rossana Staevie Baduy, Josiane Vivian Camargo de Lima, Thalita da Rocha Marandola, Regina Melchior

Última alteração: 2019-10-28

Resumo


Eixo Temático: FORMAÇÃO, CUIDADO, TRABALHO E GESTÃO.

 

AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: TRADICIONAL VERSUS DIGITAL

HEALTH COMMUNITY AGENT: TRADITIONAL VERSUS DIGITAL SAÚDE COMMUNITY AGENT: TRADITIONAL VERSUS DIGITAL

Célia Maria da Rocha Marandola; Rossana Staevie Baduy; Josiane Vivian Camargo de Lima; Thalita da Rocha Marandola; Regina Melchior.

Universidade Estadual de Londrina - UEL

celiamarandola@hotmail.com

 

 

Palavras chave: Tecnologias em saúde; Cuidado em saúde digital, Agente Comunitário de Saúde

 

Relato de Pesquisa

Introdução: Ao buscarmos conhecer as narrativas de uma gestante durante sua trajetória gravídica na Rede de atenção e cuidado materno-infantil de um município de grande porte no norte Paraná nos deparamos com as novas formas de organização do processo de trabalho das Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) da Unidade de Atenção Básica (UBS) escolhida para o estudo, como o uso do aparelho celular para acessar o usuário. Para a produção do cuidado faz-se necessário o encontro que acontece entre os usuários e trabalhadores de saúde, tendo como objetivo principal a ampliação de possibilidades para suportar diferentes dores e sofrimentos. São nesses encontros que as relações e afetações vão se estabelecendo, a partir do reconhecimento mútuo de saberes, expectativas e desejos. O encontro permite ainda, o compartilhamento do cuidado de forma conjunta com os demais equipamentos de saúde do território e, sobretudo, com o cuidador/familiares. Porém, como garantir a potência do encontro com a possibilidade de substituição do mesmo pela crescente utilização da tecnologia, como, por exemplo, do aparelho de telefone celular, para comunicação à distância? Objetivo: Relatar a experiência sobre a utilização de tecnologias digitais na produção do cuidado de uma gestante na atenção básica. Metodologia: A pesquisa principal, e ainda em andamento, traz uma abordagem cartográfica qualitativa que utiliza como dispositivo o Usuário-Guia - ferramenta de pesquisa social que possibilita ao pesquisador maior imersão na realidade estudada a partir do momento em que o pesquisador é levado a conhecer os vários contextos, por meio dos diversos atores que os vivenciam. Embora, semelhante ao caso-traçador, a trajetória do usuário-guia costuma nos conduzir para além das redes de serviços instituídas, ou seja, nos leva aos diferentes lugares por onde o usuário produz seu modo de andar vida, bem como, o cuidado para si. O estudo está inserido no Programa de Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Londrina (UEL). O estudo faz parte do Observatório de Políticas Públicas e Educação em Saúde de Londrina ligando-se assim, a uma rede de observatórios vinculados a linha de pesquisa da Micropolítica do Trabalho e Cuidado em Saúde. Resultados e discussões: O cuidado em ato digital, aqui por nós entendido, tem acontecido por meio da utilização de dispositivos e/ou aparelho celulares, considerados como uma tecnologia “leve-dura”, enquanto ferramenta produtora de rede de cuidados de atenção à saúde da população. Tem sido uma estratégia que as equipes de ACS têm utilizado com muita frequência, pela possibilidade de comunicação rápida entre profissionais de saúde e usuários por meio de ligações telefônicas e/ou de um aplicativo de troca de mensagens. Porém, a utilização excessiva do aparelho de telefone celular por parte das ACS trouxe desconforto para uma das pesquisadoras, na marca de ACS nela existente, na medida em que considerava ser aquele um fator de distanciamento e não uma ferramenta produtora de encontros, e, portando, não produtora do cuidado em ato. Mas, ao colocar o fato em análise, junto aos demais pesquisadores, ponderou-se que estes profissionais de saúde conseguem manter uma conexão tanto com os usuários de sua área de abrangência quanto com os usuários que pertencem às áreas descobertas, sem ACS’, em um momento que pela diminuição de trabalhadores e equipes, as visitas não podem ser realizadas com a mesma frequência que antes. Além disso, não foi percebida por parte dos usuários e trabalhadores de saúde qualquer tipo de estranheza relacionada ao uso do aparelho celular, uma vez que este modo de comunicação tem sido cada vez mais introjetado no cotidiano das pessoas. Considerações Finais: Faz-se necessário, porém, que as equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e mais especificamente, os profissionais ACS’ (elo entre a Unidade de Saúde e a comunidade) reflitam sobre o seu processo de trabalho colocando em análise até que ponto a tecnologia pode ser utilizada sem que haja prejuízos para o cuidado em saúde que é consumido em ato, e que ocorre, predominantemente, nos encontros entre usuários e trabalhadores de saúde.