Associação da Rede Unida, Encontro Sul 2019

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Programa Tecer Idades: a produção de novas narrativas pelo rádio na busca de um envelhecimento saudável
REGINALDO MOREIRA, LIA SALVANY FELINTO, MARIA IZABEL LEAL

Última alteração: 2019-07-31

Resumo


A representação de idosos nas mídias hegemônicas tem reforçado os estigmas sobre a velhice e o envelhecimento que reforça erroneamente esta fase etária, como sendo de perdas e, via de regra, coloca o idoso no lugar da invisibilidade, do doente, do não produtivo e por isso mesmo, não valida sua participação social nas mais variadas instâncias como a social e a familiar. O aumento da expectativa de vida, ao invés de ser comemorado pelas mídias e políticas sociais, tem sido um problematizado, como se a pessoas idosos fosse um peso para a sociedade. Com relação à representatividade de idosos na produção e apresentação de noticiários da grande mídia, a inviabilidade ainda é pior. No sentido de ressarcir a visibilidade da população idosa, suas potencialidades e capacidades produtivas no campo da produção de notícias, o programa Tecer Idades vem construindo contranarrativas à mídia hegemônica, revelando outras novas possibilidades de representação e representatividade dos idosos na mídia. No projeto, um grupo de idosos realizam a revista eletrônica, mensalmente veiculada pela rádio universitária UEL FM. O projeto tem revelado uma população ativa e cheia de contribuições para a sociedade. Além disso, a participação democrática nos modos populares e comunitários de fazer comunicação, tem causado impactos positivos de diversas ordens na vida dos envolvidos. Além de estimular a autoestima dos participantes, que se tornam radialistas, o objetivo do projeto é despertar nos ouvintes de mais idade as potencialidades adormecidas ou desacreditadas. O programa é integrante do Projeto de Extensão Plataformas Digitais: a produção comunitária de novas narrativas alternativas ao discurso hegemônico, como dispositivo de produção de novos sentidos. Esses novos sentidos podem ser observados na vida dos idosos, que ampliaram sua participação social, tornando-se protagonistas na produção de discursos sobre a velhice e o envelhecimento, a partir de suas próprias vivências, sem interferências de editores externos, revelando uma maior pluralidade, diversidade e singularidade desta faixa etária.