O trabalho desempenhado por equipes multiprofissionais na atenção básica tem tido grande visibilidade nos últimos anos, entendendo que esta proposta possui um grande potencial para a promoção de saúde e, portanto, possibilita a desconstrução do modelo de cuidado da saúde voltado para a doença. Além disso, observa-se que as propostas em grupo favorecem trocas de experiências, convívio e saberes entre pares. Nesse sentido, no presente trabalho relataremos a experiência de uma proposta de atividade em um grupo aberto, organizado pela equipe de profissionais da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher (RMSM) da Universidade Estadual de Londrina, no território da Unidade Básica de Saúde (UBS) Lindóia, onde uma das equipes da residência está inserida. Este grupo foi nomeado como “Grupo de Convivência”, pois os agentes comunitários de saúde relataram que já existiu no território algo semelhante com nossa proposta, e que tinha esta denominação. Optamos por manter a denominação, pois traduzia o que se pretendia: criação de um grupo de “vida”, em contraposição a tantos outros grupos de patologias, doenças ou agravos. Criou-se, deste modo, o grupo de “(com)vivência”. A proposta foi e tem sido trabalhar com atividades manuais e artesanato, como recursos mediadores, para que equipe e participantes dialoguem. Em geral todas profissionais da RMSM (Psicóloga, Nutricionista, Profissional de Educação Física e Farmacêutica), participam dos encontros, e proporcionam um espaço de escuta, diálogo, trocas de saberes e risadas. Alguns temas que surgiram até o momento, foram: sexualidade; morte; relações familiares; condição de saúde, todos inseridos espontaneamente pelas/os próprias/os participantes. Observa-se que a proposta tem obtido reconhecimento, pois apesar do grupo ser aberto, algumas pessoas frequentam a atividades regularmente, e já afirmaram que sentirão falta da equipe, com o término do ciclo de encontros programados. Vale registrar que a equipe da UBS tem contribuído com o trabalho, arrecadando materiais, encaminhando usuários/as, e sempre perguntando qual artesanato será levado para o grupo na semana. Até o momento, observou-se que os efeitos alcançados têm sido principalmente o aproveitamento deste espaço de convivência como uma oportunidade para a construção de laços sociais entre os membros da comunidade, com cada um dos sujeitos em sua subjetividade compondo e construindo, coletivamente, o cuidado e a potência da vida, como mecanismo de resistência em defesa da vida.