Associação da Rede Unida, Encontro Sul 2019
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2019-07-30
Resumo
Apresentação: O atendimento humanizado é essencial no ambiente hospitalar, porque a dinâmica desse estabelecimento pode propiciar um distanciamento entre os profissionais da saúde e pacientes internados. A dificuldade para integração do conhecimento técnico e científico da equipe de saúde e a não adoção de uma linguagem suficientemente clara ao usuário, aliados a questões relacionadas à falta de sensibilidade, empatia, ética e solidariedade podem ser uma das causas destas barreiras de comunicação. O estabelecimento de vínculo com abordagem humanizada por parte dos profissionais de saúde é fundamental para condução do cuidado integral ao usuário dos serviços de saúde, incluindo-se a assistência farmacêutica clínica. O objetivo deste trabalho é o relato da experiência sobre a atuação clínica do farmacêutico no atendimento humanizado a mulheres internadas no Hospital Universitário realizado por residentes da equipe multiprofissional da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher, no município de Londrina. Desenvolvimento do trabalho: Os atendimentos ocorreram nas Unidades Feminina e Maternidade, tanto em trabalhos multiprofissionais quanto individuais, durante o primeiro semestre de 2019. Nas consultas realizadas foram atendidas mulheres com idades, níveis sociais e estados clínicos de diferentes complexidades. As consultas farmacêuticas visaram o acolhimento, a escuta ativa, identificação e análise das necessidades destas mulheres, relacionadas aos medicamentos em uso, ou sobre esclarecimentos de seu estado clínico, identificando assim oportunidades para intervenções farmacêuticas humanizadas. O farmacêutico atuante neste ambiente clínico deve desenvolver habilidades relacionais e de comunicação com a população atendida e os profissionais no ambiente. Além de realizar atribuições como a conciliação medicamentosa do cuidado ao paciente, estabelecer estratégias para o uso racional de medicamentos e promover informação, promoção e cuidado em saúde relacionado ao uso de medicamentos, tornando-se assim, um elo importante na comunicação efetiva entre os profissionais. A repercussão deste ato possibilita a compreensão de aspectos que norteiam os pacientes, tanto no âmbito biológico, quanto no psicológico e no social, oportunizando, assim, a identificação das necessidades específicas de cada paciente. Resultados/Impactos: As consultas farmacêuticas evidenciaram a percepção sobre a falta de conhecimento das usuárias nas questões relacionadas aos seus próprios medicamentos e condições clínicas. O esclarecimento sobre o diagnóstico e a escolha da terapêutica adotada levou a um maior envolvimento da própria usuária como protagonista do seu processo de saúde, e resultou em intervenções farmacêuticas mais precisas voltadas à importância da adesão à terapêutica, levando em consideração os aspectos levantados pela paciente, suas características e necessidades específicas para o entendimento destas informações. Muitas pacientes sentiram-se satisfeitas com o esclarecimento destas questões e compreenderam a importância de ter conhecimento sobre as suas condições/comorbidades e medicamentos atuando sobre elas. Considerações Finais: Conclui-se que atuação clínica do farmacêutico, de forma humanizada, pode ser grande aliada para ações de educação e conhecimentos sobre o uso racional de medicamentos, promoção da saúde, prevenção de doenças e efeitos colaterais e reabilitação dessas mulheres, que muitas vezes são vítimas de informações precárias devido à linguagem inadequada e por vezes, até desumana. Sugere-se a realização de outros estudos para a confirmação do impacto da atuação clínica do farmacêutico no cuidado ao paciente.