Associação da Rede Unida, Encontro Sul 2019
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2019-07-31
Resumo
Apresentação: A humanização no atendimento em saúde busca compreender os aspectos biológicos, psicológicos e sociais inerentes à cada indivíduo. Quando há compreensão destes aspectos e o reconhecimento das necessidades existenciais dos pacientes, possibilita o estabelecimento do vínculo que facilita as intervenções profissionais. Este atendimento é essencial em todos os setores de um hospital, em particular na maternidade, no qual estão gestantes e puérperas. Essas mulheres precisam de apoio e cuidado integral, devendo ser vistas para além do número do prontuário. Objetivo deste relato é refletir sobre a abordagem mais humanizada das gestantes e puérperas internadas por gravidez de risco. Desenvolvimento do trabalho: É um relato de experiência sobre a atuação da dos residentes integrantes da equipe multiprofissional Saúde da Mulher na maternidade do Hospital Universitário da UEL. A equipe é composta por farmacêuticos, psicólogos e nutricionistas. São diariamente atendidas as mulheres em gravidez de risco e puérperas de diversas idades, regiões, etnias, histórias e condições socioeconômicas. Cada consulta compartilhada é focada no acolhimento, no atendimento humanizado, e nas necessidades evidenciadas por essas mulheres. Com uma abordagem sobre a rede familiar e de apoio psicológico, o estado nutricional e a dieta instituída, as doenças e medicamentos utilizados por essas mulheres. Resultados/Impactos: Percebe-se que a humanização do atendimento, contribui para espontaneidade dessas mulheres em relação às suas principais demandas. Por se tratarem de gestante de risco, muitas finalizam com partos prematuros, nos quais seus bebês vão para UTI para melhor monitorização de seu estado geral e afastando-o do alojamento conjunto à mãe. Consequentemente, o emocional dessas mães fica comprometido. O acolhimento e a escuta ativa permitiram que as profissionais identificassem ansiedade para receber alta hospitalar e também em relação às informações sobre o estado geral do bebê. Além disso, muitas delas relataram gravidez não planejada. Algumas manifestaram não utilizar anticoncepcional e outras por uso inadequado ou desconhecimento de métodos contraceptivos adequados que respeitassem suas características. O atendimento multiprofissional se mostrou oportuno para orientações a respeito desse e de outros assuntos. Frequente houve o relato de desconhecimento sobre características das doenças e os motivos que levaram ao desenvolvimento durante a gravidez, entre elas a diabetes gestacional e a hipertensão gravídica. A informação sobre fatores que interferem beneficamente sobre seu quadro clínico, o encorajamento para continuar o acompanhamento durante o período puerperal na atenção primária, após a alta hospitalar, além do incentivo a hábitos mais saudáveis, como alimentação balanceada e o apoio psicológico familiar, são algumas das intervenções possíveis, realizadas pela equipe por meio do atendimento mais humanizado. Considerações Finais: Infere-se que o atendimento humanizado durante o período hospitalar propicia momentos de informação e educação em saúde para gestantes e puérperas. Recomenda-se que os profissionais da saúde desenvolvam oportunidades para consultas com caráter mais humanizado em todos os níveis de atenção à saúde, a fim de que as intervenções realizadas em ambiente hospitalar possam ser acolhidas na rede primária ou secundária e possam ter continuidade de modo positivo. São necessários outros estudos para os desvendamento das repercussões das intervenções multiprofissionais em ambiente hospitalar.